Pessoal,
na quarta-feira (09.07) fui convidado, pelo pessoal que cuida da comunicação interna na Diretoria em que trabalho no Banco do Brasil, a selecionar um dos posts do meu blog para ser utilizado como parte de uma reportagem sobre os blogueiros que eles iriam publicar na reinauguração da intranet da Vice-Presidência.
Escolher um dos posts que já escrevi é uma tarefa dificil, pois todos os que escrevi até hoje foram feitos com muito carinho e dedicação. Foi aí que percebi que no dia 10.07.2008 completavam seis meses do meu projeto de blog. Nesses seis meses foram 121 posts, mais de 67.700 acessos sendo que no último mês a média de acesso foi em torno de 800 por dia e o dia com maior acesso foi 20.06 com 1.246 acessos.
Então pensei comigo mesmo : porque, ao invés de escolher um post, eu não faço um histórico e um resumo das minhas idéias.
Esse blog começou como fruto de um planejamento estratégico pessoal que criei no começo do ano. O primeiro passo para realizar um planejamento estratégico pessoal é fazer uma jornada interior para descobrir os seus valores, esperanças, sonhos e aspirações possibilitando visualizar objetiva e autenticamente sua vida enquanto pessoa completa. É uma auto-análise na busca por mudar o processo de pensamento e raciocinio, preparando-se para a ação e para o envolvimento interno em seu trabalho, com resolução, paixão e energia.
Ao término dessa jornada interior, uma das características que identifiquei foi o prazer que sinto em aprender continuamente e compartilhar conhecimento. Característica essa acentuada com minha participação na comunidade do Orkut chamada “Q3 – No mundo da excelência”. A partir dessa característica, estabeleci a minha missão de vida : “Transmitir paixão pelo aprendizado contínuo através do compartilhamento de conhecimento.” Daí para montar o blog foi um pulo, pois ele serve como um registro das minhas idéias, uma forma de memória disponibilizando um pouco do que sinto, estudo, vivo e, desta forma, serve como uma fonte de informação e conhecimento para os meus amigos e pessoas que compartilham das minhas idéias.
O assunto escolhido foi tudo relacionado a excelência da gestão com maior enfase em gestão de projetos, liderança, empreendedorismo corporativo e inovação. Mas se eu tivesse que resumir toda a mensagem que procuro passar nos meus posts em uma única palavra, essa palavra teria que ser um verbo e esse verbo seria EVOLUIR.
A partir desse verbo, dividirei esse resumo em três partes : Evolução das empresas, Evolução dos Gestores e evolução dos individuos.
No âmbito das empresas, os posts que escrevi sempre abordam a necessidade de evoluirmos nos modelos de gestão, na busca de modelos mais apropriados ao momento de transição que estamos passando no mundo no campo da economia, da politica, da educação e das relações pessoais.
A associação que sempre faço é que os modelos de gestão do século passado foram baseados na revolução industrial, na analogia com o funcionamento das máquinas. A visão mecanicista de como o mundo funciona em que as empresas devem ser perfeitas e estáticas como as máquinas, que as pessoas devem ser tratadas como mão-de-obra e do funcionamento dos processos como linhas de montagem onde as responsabilidades são fragmentadas pelos vários níveis hierárquicos dentro da empresa afastando cada vez mais as pessoas da verdadeira razão de existência de uma empresa que é atender a sociedade.
Essa fragmentação das responsabilidades teve como consequência a perda de significado para as pessoas que trabalham nas empresas do sistema como um todo. Para efeito de comparação, antes da revolução industrial, o fazendeiro trabalhava em todo o processo iniciando pela plantação das sementes, passando pela colheita e finalizando com a venda de seus produtos diretamente aos consumidores o que proporcionava a ele um feedback, sem ruidos na comunicação, de como os seus clientes avaliavam os seus produtos, oferencendo a oportunidade de rever seu processo e aprimorá-lo.
Na atual era, o modelo a ser seguido é o da Internet buscando a construção de modelos de gestão que se assemelhem ao modelo da Internet devido as suas características de adaptabilidade, envolvimento e inovação onde todos têm o direito de opinar, a capacidade conta mais do que cargos e credenciais, o compromentimento é voluntário, quase tudo é descentralizado, as idéias competem em pé de igualdade e onde as decisões são tomadas entre os usuários.
A razão para essa evolução é muito simples. A economia do século passado tinha como fatores de produção terra, trabalho e capital. Com o advento da globalização, esses fatores passaram a estar disponíveis em maior escala como, por exemplo, o Capital financeiro que não possue limitações relacionados a fronteiras geográficas. Outro exemplo que podemos citar é que não existem mais vantagens competitivas na utilização de ferramentas ou processos mais modernos. O Mainframe de última geração que você adquiriu recentemente, também é vendido para o seu concorrente, assim como novos processos, como a gestão de projetos, são utilizados pela sua empresa e pelo seu concorrente.
A pergunta é : Se tudo isso virou comoditie, qual passa a ser o fator de vantagem competitiva do século XXI? A resposta é : Conhecimento e talento humano. Se você acha que essa não é a resposta, responda a pergunta de por quê empresas como o Google e a Microsoft valem na bolsa de valores até 100 vezes mais do que o registrado em seus balanços patrimoniais?
Essa resposta exige que passemos agora a tratar da questão da evolução dos gestores.
Como o fator de vantagem competitiva do século XXI passa a ser o conhecimento e talento humano, o único lugar onde você os encontrará não será nas máquinas, mas sim nas pessoas, no trabalhador do conhecimento. E isso muda o papel dos gestores dentro das empresas que passam a ter que adotar uma postura mais de lideres cuja principal responsabilidade passa a ser TRANSFORMAR O CONHECIMENTO EM AÇÃO E RESULTADOS.
Toda empresa quer contar com equipes constituidas de pessoas inteligentes e talentosas, mas quanto mais inteligentes e talentosas são essas pessoas, mais dificil é lidera-las, pois elas são exigentes e avessas a opiniões que não sejam as suas e agem de acordo com quem as gerencia.
Por essa razão, os lideres dessas equipes devem adotar novas maneiras de tratar essas pessoas. O velho modelo de controlar e patrulhar terá que ser substituido por um modelo que utilize mais os verbos facilitar e possibilitar. O papel do lider dessas equipes passa ser mais de direcionador.
O lider terá que criar uma missão e um clima de colaboração dentro da equipe. Para isso terá atuar mais com perguntas do que oferecendo respostas. Questionar é preciso. Diante disso, terá que adotar uma postura mais humilde e menos competitiva com sua equipe.
O lider de equipes de talento cria um senso de ética, integridade, confiança, transparência, aprendizado contínuo, inovação, proatividade, paixão e, sobretude, humildade. Cultiva a capacidade de colocar o cliente como seu foco. Encara o empreendedorismo como um estado de espírito, além de ser coerente servindo de exemplo pelas suas ações e não só pelas suas palavras.
Essas equipes de talentos não gostam de se sentirem comandadas. Por essa razão, o lider deve atuar como questionador, direcionando com suas perguntas as ações dessas pessoas de forma a perceberem o seu ponto de vista. Ele terá que estar do lado das perguntas e não das respostas. As respostas devem ficar a cargo dos talentos da sua empresa.
Mas o lider sozinho não consegue fazer toda a transformação necessária. Ele precisará da colaboração de todos nesse processo de evolução. Inclusive, esse foi um dos tópicos discutidos na comunidade “Q3 – No mundo da excelência” se a transformação na empresa deve vir de cima ou de baixo, bidê ou chuveiro. Foi quando um dos membros da comunidade fez um comentário fantástico : A transformação não deve ser bidê OU Chuveiro, ela deve ser Banheira de Hidromassagem, ou seja, deve vir de todos os lados.
Para isso, os colaboradores das empresas deve estar conscientizados de que as transformações que estão ocorrendo no mundo exigem uma nova forma de pensar e de ser como profissionais. Elas devem passar a ser mais NEXIALISTAS. Esse termo eu colhi do blog da Viviane Ventura, vencedora do primeiro aprendiz com Roberto Justus, em que ela afirma que a discussão não está mais se você deve ser generalista ou especialista, você tem que ser nexialista, um profissional que têm experiência em diversos tipos de ambiente e também uma formação diferenciada. Nas palavras do Walter Longo : “É o que não tem todas as respostas, mas sabe onde encontrá-las”.
Esse modelo de profissional aproxima-se bastante do modelo “T”, que é o profissional que tem uma forte especialização em uma área de conhecimento, mas que tem uma visão abrangente e conceitual de todas as outras áreas que compõem a empresa. Dessa forma, ele consegue montar uma rede “Subterrânea” de contatos em todas as outras áreas facilitando o seu trânsito entre elas, e consequentemente, conseguindo que as pessoas dessas áreas contribuam para os seus projetos sem que ele tenha que enfrentar a burocracia das estruturas hierarquicas dos modelos de gestão do século passado.
Esse profissional “T” tem visão multidisciplinar e coloca sempre o cliente em primeiro lugar para atingir suas metas. Ele executa qualquer tarefa necessária para fazer o projeto funcionar, a despeito da descrição do cargo. Não são movidos pelo poder, mas sim pelo sonho. São obcecados pelas oportunidades, holisticos nas abordagens e procuram sempre apresentar propostas que agreguem valor.
Para isso, será necessário resgatar e implantar um compromisso ético entre as partes e a busca por resultados que não exija que os individuos faltem com a verdade em nome de uma maior lucratividade, além de criar um senso de justiça e de maior solidariedade entre as pessoas que trabalham e vivem nas empresas.
O ambiente competitivo exigirá das empresas o abandono de velhos paradigmas, um verdadeiro processo de “Destruição criativa”, eliminando preconceitos e adotando posturas mais alinhadas a realidade da sociedade pós-industrial, ultracompetitiva, baseada sobretudo na aquisição permanente de conhecimento.
Afinal de contas, vivemos em uma nova era, em uma nova economia. Uma economia que está passando de analógica para digital caracterizada pela rapidez e pela inovação que requer pequenas ações empreendedoras de cada um dos personagens do cenário altamente competitivo em que vivemos atualmente.
Para finalizar, faço um convite a todos para exercitar a competência de colaborar e participar da Blogosfera citando um ditado chinês que encontrei em uma comunidade do Orkut :
“Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão, e, ao se encontrarem, eles trocam os pães, cada homem vai embora com um. Porém, se dois homens vêm andando por uma estrada cada um carregando uma idéia, e, ao se encontrarem, eles trocam as idéias, cada homem vai embora com duas.
Sempre que possível troque idéias, elas esclarecem, acrescentam, ajudam, evoluem… ainda que você não precise, servirão para o outro.”
BLOGAR FAZ BEM PARA A ALMA E PARA O CORAÇÃO.
Keep the Faith.
Um abraço.
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Sua empresa é Flexível? – > Clique aqui para ler;
Google – Modelo de Inovação na Gestão – > Clique aqui para ler;
Inovação – o poder da colaboração – > Clique aqui para ler;
Modelos de gestão – necessidade de evolução – > Clique aqui para ler;
Quanto vale uma empresa da nova economia? – > Clique aqui para ler;
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Livro : Desafios gerenciais do século XXI – > Clique aqui para ler;
Época de mudança ou mudança de época? – > Clique aqui para ler;
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Dicas para estimular a criatividade – > Clique aqui para ler;
Livro : O futuro da administração – > Clique aqui para ler;
Importância do aprendizado contínuo – > Clique aqui para ler;
Empreendedor corporativo – > Clique aqui;
Empreendedorismo corporativo e o gerente de projetos – > Clique aqui para ler;