Blog do Marcelão

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Posts Tagged ‘intraempreendedor’

Medo – Barreira para inovação

Posted by Marcelão em abril 28, 2008


Pessoal,

             este post é baseado em um tópico criado por mim na comunidade “Q3 – No munda excelência” (clique aqui para acessar a comunidade) sobre uma das barreiras que considero empecilhos para sermos inovadores que é o medo. Medo de errarmos, medo de encarar os obstáculos mais como desafios do que como empecilhos, Medo de ousar e fazer diferente.


             Vale lembrar que a inovação é o instrumento de trabalho do empreendedor e o empreendedor é aquele sujeito que não tem medo de arriscar e que aprendo com os erros, além de estar sempre desafiando o status quo. Para isso ele demonstra muita CORAGEM.
             Mas o medo de inovar pode ser apenas uma consequência e as causas podem ser outras como, por exemplo, cultura de punir erros. Como disse o filósofo Mario Sergio Cortella (leia o resumo de seu livro aqui), erro é para ser corrigido e não para ser punido. Deve-se punir a negligência, a desatenção e o descuido e não o medo. Thomas Edison inventou a lâmpada elétrica após 1.430 experiências sem sucesso. Ele aprendeu que o fracasso não acontece quando se erra, mas quando se desiste face ao erro, o que nos leva a concluir que não se aprende com os erros, mas sim com a correção dos erros.

            Algumas pessoas podem dizer que falta iniciativa aos colaboradores da empresa, mas não se pode cobrar iniciativa de um colaborador sem que que haja um trabalho de comunicação por parte do gestor em apontar qual a direção que a empresa quer ter esclarecendo a missão e a visão da empresa estabelecido no planejamento estratégico (leia o post sobre planejamento estratégico), pois corre-se o risco de os colaboradores tomarem iniciativas no sentido errado, desalinhados com a estratégia da empresa.

            Outras pessoas argumentam que os colaboradores desejam continuar na sua zona de conforto, mas o que eles querem na verdade é aumentar essa zona de conforto. Ocorre que para aumentar essa zona de conforto, eles precisam de um ambiente que permita a eles experimentar novos procedimentos, novas formas de realizar seu trabalho buscando a melhoria contínua e o papel do lider nesse contexto é muito importante. Para aumentar a zona de conforto é necessário aumentar a zona de esforço, é necessária uma ATITUDE EMPREENDEDORA.
             A falta desse ambiente de experimentação faz com que as pessoas tenham medo de serem melhores do que são, com medo de serem cobrados sempre pelo algo mais. Volta e meia eu escuto “Nossa, você faz palestras tão boas” e eu respondo que ela também pode fazer, mas ela se sente acanhada.

             Alguém pode concluir a partir desse post que não devemos ter medo. Não é isso. O medo é um importante mecanismo da sobrevivência humana, pois o medo faz com que você se prepare melhor para enfrentar os desafios. No último filme da série “Rocky”, o lutador de boxe criado por Sylvester Stallone, Rocky já é um lutador aposentado que cuida de um restaurante, mas que devido a algumas circunstâncias da história é desafiado a enfrentar o campeão do momento, lutador muito mais novo que ele. Tem uma cena em que Rocky pergunta a esse lutador se ele tem medo da luta e o lutador diz que não e vira-se para ir embora. Nesse momento, Rocky diz ao filho que ele está mais confiante para a luta porque quem não tem medo não se prepara devidamente.


             Na verdade, o problema não está no medo, mas sim na nossa atitude de paralisia diante do medo, na acomodação de mantermos as coisas como estão “Porque aqui sempre foi assim”. Então, podemos concluir é que a maioria dos nossos medos são criados por nós mesmos e cabe a nós nos prepararmos cada vez mais para aumentar nossa zona de conforto e enfrentá-los.


             Não podemos esperar pelo vento para mover nossos barcos, temos que cria-los.

             O medo, a paralisia e a acomodação são o freio de mão da Inovação.

Um abraço e “Keep the Faith”.

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Empreendedor Corporativo

Posted by Marcelão em abril 25, 2008


Pessoal,

             Como vocês devem ter acompanhado nesse blog (clique aqui), o final do século XX e o início do século XXI foram marcados pela globalização e pela internacionalização da economia, acirrando uma corrida competitiva (leia mais sobre competição). Este cenário faz com que a figura do empreendedor seja mais evidente e valorizada tanto à frente quanto dentro das organizações.
            Já escrevi alguns posts sobre empreendedor corporativo (clique aqui para ler), mas ainda não tinha apresentado algo detalhando esse conceito e o que caracteriza um empreendedor corporativo. Além disso, um colega da comunidade de empreendedorismo no Orkut (http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=31891), Beto, postou uma dúvida na comunidade sobre a existência desse perfil nas empresas e isso motivou-me a escrever esse post.
           Inicialmente, vamos conceituar o termo empreendedorismo e depois detalharemos o empreendedor corporativo, também chamado de intraempreendedor.
          O tema empreendedorismo é cada vez mais abordado em diversos estudos, e comumente utiliza-se o termo para designar, principalmente, as atividades de quem se dedica à geração de riquezas sob todos os aspectos.


          Alguns autores como Drucker e Schumpeter definem empreendedor como sendo uma pessoa com criatividade e capaz de assumir riscos para obter sucesso com suas inovações. Schumpeter entendia que empreendedores criam novas riquezas através da destruição das estruturas de mercados existentes, conceito esse conhecido como “Destruição criativa”.
          Já Drucker acrescenta a definição de empreendedor o conceito de risco, pois empreender é fazer com que o negócio de hoje seja capaz de construir o futuro. É um processo de “criar alguma coisa diferente com valor pela dedicação do tempo e do esforço necessário, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais associados, recebendo as recompensas resultantes na forma de satisfação monetária e pessoa”.
         Um dos Autores brasileiros, José Carlos Dornelas, afirma que “o empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ele, assumindo riscos calculados independentemente dos recursos que possua, pois sabe como buscá-los e gerenciá-los”.
         Como podemos ver, o conceito de empreendedor está ligada a geração de riqueza (dinheiro novo) e assumir riscos em prol de uma inovação de sucesso e visionária.

         Vamos agora começar a detalhar o conceito de empreendedor corporativo ou intraempreendedor.
         A maior referência nesse campo, Gilford Pinchot, introduziu o conceito de Intraempreendedor em 1985 como sendo o empreendedor dentro da organização.
         Segundo ele, um funcionário não precisa deixar a empresa onde trabalha para vivenciar as emoções, riscos e gratificações que uma idéia ou sonho transformado em realidade pode oferecer, exercendo assim seu empreendedorismo a favor da organização para qual trabalha.


         Uma vez que o empreendedorismo funciona como um impulso no crescimento econômico ao servir como o elo entre a inovação e o mercado, e justamente para diferenciar uma organização das demais, o intraempreendedor tem se tornado peça fundamental nesse contexto. Ele é o agente da transformação inserido no micro-ambiente da organização.
         O empreendedor corporativo apresenta as seguintes características :

  • Tem atitude de dono na empresa: não tem olhos apenas para o seu departamento, mas para a companhia como um todo.
  • Tem paixão pelo que faz: tanto pelo trabalho como pela empresa onde atua. Isso inclui acreditar no negócio e ter a sensação de que a experiência está valendo a pena.
  • Habilidade de transformar iniciativa em “acabativa”: implanta projetos com começo, meio e fim.
  • É persistente: faz de tudo para que o negócio dê certo e dissemina a idéia para os outros colaboradores, atuando como líder da equipe e encorajando-os a continuar.
  • Tem prazer em ensinar aos outros o que sabe: gera efeito cascata e forma outros executivos empreendedores. Este tópico é importante porque é praticamente impossível a empresa funcionar com apenas um único empreendedor.
  • É pró-ativo e se antecipa ao futuro: é a capacidade de ver na crise uma oportunidade de crescimento e de aprendizado.
  • É um profissional extra-muros: ele excede os limites, vai além do pré-estabelecido e realmente faz acontecer.
  • São autoconfiantes e corajosos;
  • São cínicos a respeito do sistema, mas otimistas quanto a sua capacidade de superá-lo;
  • Têm atenção aos riscos e necessidades;
  • Focalizam os clientes;
  • Gostam de riscos moderados;
  • Fazem sua própria avaliação intuitiva do mercado.
  • Sabem delegar, mas põem a mão na massa;
  • Procuram fazer as tarefas sempre buscando uma diferenciação;
  • Trabalham com a Intuição;
  • Sonhadores realistas (visionários);
  • Líderes;
  • Procuram encontrar aliados dentro da empresa para trabalhar em rede com moderação
  • Tem uma maneira própria de aprendizagem e de forma contínua;

          Grande parte dos colaboradores com tais características deixam as organizações por se sentirem frustrados em suas tentativas de inovar, se sentem cerceados quanto à aplicação de suas idéias e não recebem incentivos para colocar em prática na organização os seus conhecimentos.

          Para que o empreendedor corporativo seja um agente da transformação, eles devem ser apoiados pela empresa com o objetivo de adotar uma cultura empreendedora, de forma a gerar inovações contínuas e consequentemente vantagens competitivas em relação às demais empresas, mantendo-a em uma situação de liderança tecnológica sustentável.
         Segundo Pinchot, existem 19 (dezenove) fatores de sucesso para criação de uma cultura empreendedora dentro das empresas visando criar as condições necessárias para uma inovação econômica na empresa. São eles:

  • Transmissão da visão e do objetivo estratégico;
  • Tolerância a riscos, erros e falhas;
  • Apoio a intraempreendedores;
  • Gerentes que patrocinam a inovação;
  • Equipes multifuncionais dotadas de empowerment;
  • Tomada de decisão pelos executores;
  • Tempo discriminado;
  • Atenção no futuro;
  • Auto-seleção;
  • Nenhuma transferência de tarefas;
  • Sem fronteiras;
  • Comunidade organizacional forte;
  • Foco nos clientes;
  • Escolha de fornecedores internos;
  • Medição da inovação;
  • Transparência e verdade;
  • Bom tratamento pessoal;
  • Responsabilidades social, ambiental e ética;
  • Evitar a filosofia home run (busca apenas de inovações maiores).

          Dornelas complementa esses fatores apresentando indicadores para existência de uma cultura intraempreendedora, e os chama de “ingredientes” que devem ser fortalecidos e suportados pelas práticas gerenciais para que exista na empresa uma estratégia empreendedora na empresa bem definida. Os “ingredientes” são:

  • Desenvolvimento de uma visão empreendedora;
  • Incentivar e aprimorar a percepção da oportunidade;
  • Institucionalizar a mudança;
  • Alimentar o desejo de ser inovador;
  • Investir nas idéias das pessoas;
  • Compartilhar riscos e recompensas com os colaboradores;
  • Reconhecer que o ato de falhar é crítico, mas importante.

          Além destes “ingredientes” Dornelas (2003) afirma que não é fácil, para muitas organizações e pessoas na organização, superar certas barreiras organizacionais, que podem impedir a implementação de conceitos empreendedores e a prática do empreendedorismo.
          Podemos concluir que as características de um empreendedor corporativo permitem perceber que o ambiente social no qual o indivíduo está inserido é fator determinante na potencialização ou opressão de características empreendedoras. Em função disso observa-se a importância de criar uma cultura empreendedora dentro das organizações.

 

Um abraço.

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