Livro : Qual é a tua obra?
Posted by Marcelão em fevereiro 23, 2008
Esse é o último livro lançado pelo filósofo Mario Sergio Cortella. O livro trata de questionamentos sobre gestão, liderança e ética, procurando explicar vários termos do ambiente corporativo , além de desafiar alguns comportamentos das pessoas em relação as outras pessoas.
O inicio do livro é um convite a refletirmos sobre certos valores que estão presentes em nossa sociedade nos dias atuais. Para o autor, existe uma angústia muito grande dentro das pessoas e que está levando-as a se questionar o que estão fazendo com suas vidas e qual o verdadeiro significado de tudo isso. Funciona como uma sensação de vazio anterior, uma sensação de vazio que traz consigo uma crise no conjunto da vida social, do qual o trabalho é apenas um pedaço e que envolve a família, a relação entre as gerações e a própria escola. Estamos em um momento de transição(Você pode acessar aqui, aqui e aqui), de turbulência muito forte em relação aos valores. Há uma necessidade urgente de a vida ser muito mais a realização de uma obra do que um fardo que se carrega dia-a-dia.
O autor resgata trechos da história para explicar o significado de certos comportamentos em relação ao trabalho como a associação do trabalho como um castigo, um fardo ou uma provação. A explanação dessa associação começa no período do século II A.C até o século V com a formação da sociedade greco-romana(sociedade essa que cresceu em sua exuberância a partir do trabalho escravo), passando pelo mundo medieval em que a relação foi senhor e servo (formação dos feudos, presentes em muitas empresas hoje em dia) mudando a relação de escravidão para servidão, e finalizando com o mundo capitalista europeu que “exportou” o trabalho escravo para fora da Europa. Países como Brasil e Estados Unidos foram todos construídos sob a lógica da exploração do outro.
Depois de apresentar a origem do trabalho, Cortella apresenta a visão da filosofia grega em relação ao trabalho, na qual a definição de dignidade é a capacidade de dedicar-se ao pensamento e não as obras manuais, a tal ponto que, no mundo escravocrata da filosofia e da ciência gregas não se faziam trabalhos manuais.
Esses dois últimos parágrafos representam a base da sociedade ocidental, que coloca o trabalho como castigo do ponto de vista moral-religioso ou uma concepção de castigo a partir da vontade dos deuses na cultura grega. Nobre é ser Senhor e o servo deve estar sempre na posição de submissão. Conceitos ainda muito presente no Brasil, pois ainda consideramos o trabalho manual como tarefa de inferiores.
A humildade é colocada como um dos valores a ser resgatados pela sociedade. Reconhecer que não estamos só, que devemos pensar em um senso maior de coletividade. Reconhecer que não sabemos tudo e que dependemos de outras pessoas para sobreviver. Um dos capítulos do livro é dedicado a importância de não se saber tudo (O lado bom de não saber) e condena aqueles que fingem que sabe. Aqueles que tem certeza de tudo. Gente que tem certeza de tudo não evolue, não inova, não cresce. Gente que não tem dúvida só é capaz de repetir e repetir em um mundo em constante mudança não é uma boa atitude.
Reconhecer que não sabe tudo leva você a querer evoluir, a buscar novos conhecimentos, a arriscar mais. Arriscar mais pode levar a erros, erros que devem ser corrigidos e não punidos. O que se pune é a negligência, desatenção e o descuido. Thomas Edison inventou a lâmpada elétrica de corrente contínua, mas o que não se sabe é que ele fez 1430 experiências antes de obter sucesso. Ele aprendeu que o fracasso não vem com o erro, mas quando desistimos perante o erro.
A parte final do livro é dedicado a ética. Uma reflexão da importância de pensarmos coletivamente. O autor deixa clara a diferença entre autonomia e soberania. Autonomia leva em consideração os impactos que suas decisões tem na vida de outras pessoas. Soberania é fazer tudo o que quer sem levar em consideração as consequências. Temos autonomia na nossa vida, mas não soberania.
Enfim, o livro leva a refletirmos sobre o significado de nossos atos, a substituir o hábito de fazer algo sem um sentido maior pelo sentimento de construção de uma obra, uma obra a ser construída por todos nós em busca de uma melhor qualidade de vida.
Um abraço.
P.S : Leia o resumo de outros livros que recomendo nesse link.
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sheila ribeiro machado said
Boa noite, eu gostaria muito se poder me enviar tudo sobre a trajetoria do autor estou estudando sociologia e esstou amando esta materia obriga she
marcelao said
Sheila,
segue o link da livraria cultura com as obras do Cortella :
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/catalogo/busca.asp?tipo_pesq=autor&palavra=cortella&sid=1031191441051661126540374&k5=2A1D7BD5&uid=&lastreg=&parceiro=224340
Espero que te ajude.
Um abraço.
elianas said
Oi Marcelo, esta recomendação do Costella,me parece bem legal.
O que o autor documenta, é uma realidade nos dias hj, se o ser humano,percebe a ilusão em que esta envolvido,passará ser um ser ,digno da sensibilidade que possue.
A fraternidade será apenas consequencia e a união da humanidade não necessitará mais das catastrofes.
Obrigado e gostaria tb de lhe convidar para visitar :
http://www.umtoquedequalidade.blogspot.com
na qual sou a editora.
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Daniel said
Gostei muito do artigo.
Se possivel olhem os meus textos.
Palestra : Planejamento estratégico pessoal « Blog do Marcelão said
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Twiter : não é bebida, mas consuma com moderação « Blog do Marcelão said
[…] Livro : Qual é a tua obra? – > Clique aqui para ler; […]
ilza dos santos lima said
Adorei o seu site, vou entra sempre nele, me deu uma grande ajuda sobre tudo. Amo gente intaligênte que gosta de distribuir com as pessoas que precisa acordar.
john de souza said
Gostei muito deste site parabéns bem organizado.
eu estou fazendo gestão em TI e tem muitas coisas legais no seu blog que me servem de ajuda. vlw abraço
Danilo said
Olá Marcelo, estou em epoca de faculdade será que você sabe onde posso baixar esse livro para poder ler?
Parabéns pelo Blog, muito bom mesmo.
Abraço
Guilherme said
Gostei de ter lido o Resumo ,sendo que eu ja tinha lido o Livro quase duas vezes,e acabei gostando mais do seu resumo,engracado ne.
Obrigado.
Bom servico para voce,e
boas festas.
Lúcia said
Estou fazendo Especialização em Filosofia da Educação e fiquei encantada com as obras de Mário Cortlla; sou muito ocupada e ainda n~tive tempo p/ ler suas obras mas vou ler alguns resumos e adquirir os livros , pois preciso muito desses conhecimentos e preUm abraço ciso da sua ajda tb Marcelão.
Um abraço Lúcia ( Sou paraense)
Leide Regina Garcia said
Estou lendo o livro indicado pelo meu RH,estou adorano.Mas junto com o livro tenho que responder uma questão;Porque a palavra chá tem assento no “A”.Sera que alguem pode me ajudar até amanhã(22/02/2010).
Leide Regina Garcia said
Perdão por alguns erros graves:acento e não assento,e adorando e não adorano
CECILIA said
Ler mario sergio foi uma descoberta que fiz a pouco que pena nao ter sido antes, agora ando devorando os livros dele.
alessandra said
Comprei esse livro e estou aguardando que chegue, ansiosamente.
Sou admiradora e leitora fiel do Mario Sergio Cortella.
Denny said
Um trecho da entrevista no Programa do Jo sobre este livro vc ve aqui: http://www.youtube.com/watch?v=L_V0Y0lFJUs
Quele Pícoli said
No mundo corporativo e pouco cooperativo de hoje em dia, a pergunta título da literatura sugerida, me faz pensar qual a obra mais significativa de nossas vidas… Foi um achado seu blog hoje. Jà está adicionado aos meus favoritos!
Saúde & Sucesso!
Até!
antonio cedrim said
adorei o livro QUAL É A TUA OBRA! MARAVILHOSO.
Dilma said
Marcelão,
Adorei seu blog e a resenha do livro do prof. Mário Cortella.
Parabéns!!!
Alexandre Silva said
Marcelo obrigado pela dica. Vou ver se consigo comprar hoje este livro.
Abs,
Alexandre Silva
Inajá Martins de Almeida said
Olá Marcelão
Maravilhosa proposta a sua. Sou bibliotecária e no meu blog http://www.retalhosdeleituras.blogspot.com/ faço, de uma forma muito pessoal, apontamentos sobre os livros que li, que estou lendo e aqueles que marcaram, os quais volto a lê-los vez ou outra. Há sempre livros que temos de deixá-los na cabeceira e isso eu faço. Recentemente fomos assistir uma palestra de Mário Sérgio Cortella e pude fazer alguns apontamentos no meu blog http://blog-inaja.blogspot.com/. Vibramos com suas palavras. Neste natal, meu filho David, que estava junto na noite, presenteou-me com dois livros do autor. Um deles “Qual é a tua obra? Estou a lê-lo, mas algo já me chamou atenção: “Temos carência profunda e necessidade urgente de a vida ser muito mais a realização de uma obra do de um fardo que se carrega no dia a dia”. Sei que muitas surpresas nos esperam. Nossas leituras são feitas em conjunto – meu marido e eu. Assim, a caixinha de surpresa vai para cabeceira de nossa cama e é lá que nos sentimos mais a vontade para nossas leituras e reflexões, as quais vem sempre ao sabor de muita conversa e troca de informações. Obrigada pelo espaço e pelas palavras de apresentação. Voltarei muitas vezes mais. Um abraço desta leitora Inajá Martins de Almeida
marcelao said
Inajá, obrigado pelas palavras e pela visita.
um abraço.
Terezinha Bertazzi said
Vi ontem, uma entrevista do Autor, no TRIBUNA INDEPENDENTE.Fui Professora (quando digo que fui, refiro-me ao exercício profissional, mas esta profissão, assim com a Arte, não se extingue com o fim de seu exercício formal,mas é de quem a tem em si). Gostei muito do que o Cortella disse sobre o porque de ser um Professor, algo parecido com isto: PEL A INCAPACIDADE DE SE CONTER E PRECISAR REPARTIR-SE; isto é ser de fato um Mestre,não? Seu modo e expressar a Filosofia é prático, por isso faz sucesso,também, afinal para que serviriam a Filosofia e a Política de Gabinete? Pena que certas camadas da Sociedade ainda não se deram conta disso e fogem das duas, como se fosse possível escapar de ambas.
LEILA SONNEMBERG said
olá tudo bem? adorei seus argumntos, estou fazendo um trabalho sobre o livro, e preciso de quatro palavras-chave. será que você pode me ajudar? obrigada
jairo said
muito bom o site