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Desafios da Gestão 2.0: Repacitar Mentes Gestoras

Posted by Marcelão em setembro 3, 2012


Pessoal,

um dos assuntos mais recorrentes aqui nesse espaço é discussão de um novo modelo de gestão para as empresas, um modelo mais adaptado para os novos rumos que a economia tomou com o advento das novas tecnologias, principalmente e notadamente a Internet. Esse é um dos assuntos pelo qual tenho grande interesse, porque considero que a inovação na gestão trará grandes benefícios para a sociedade como um todo.

Nesse sentido, acompanho muito o site “Management Innovation eXchange” desenvolvido pelo professor Gary Hamel, responsável pelo laboratório de inovação na gestão na London Business School e uma das maiores referências em se tratando de reinventar a gestão. O site é uma iniciativa baseada em colaboração para discutir cada um dos 25 desafios da gestão 2.0, apontados por Gary Hamel e uma brigada de renegados, que seriam necessários para se reinventar a gestão.

Dentre os 25 desafios, eu considero o desafio de recapacitar mentes gestoras como o mais importante. O foco do treinamento de gerentes sempre foi ajudar o lider a desenvolver um arsenal especifico de habilidades cognitivas: o uso do lado esquerdo do cérebro, o raciocínio dedutivo, a solução analítica de problemas e a engenharia de soluções. Segundo esse desafio, o gerente do século XXI precisará de novas habilidades. No site são apresentadas algumas dessas habilidades que precisarão ser desenvolvidas:

– Pensamento Reflexivo: Examinar questões de forma mais profunda, mais conceitual. É concentrar-se mais em descobrir os “porquês” do que descobrir os “Comos”. É concentrar-se inicialmente em descobrir quais as perguntas a serem respondidas para depois procurar as respostas. É estar disposto a prolongar o estado de dúvida como um estímulo para uma investigação perfeita, na qual nenhuma ideia se aceite, nenhuma crença se afirme positivamente, sem que se tenha descoberto as razões justificativas;

Pensamento sistêmico: Envolve compreensão de sistemas sociais complexos. Toda empresa opera em um ambiente político e social complexo, elas precisam enfrentar questões que transcedem o mercado como o poder dos blogs na Web 2.0 e a sua responsabilidade social corporativa. O pensamento científico, herdado dos tempos de revolução industrial, não oferece parâmetros suficientes para o desenvolvimento humano e nem consegue responder os desafios de um mundo cada vez mais não-linear. Separar um problema complexo em várias partes e separar as partes para entender o todo desconsidera o contexto em que o problema está inserido. O pensamento sistêmico está em saber analisar um problema dentro de seu contexto e quais as conexões existentes entre as diversas partes que o compõem;

Design Thinking: Trata-se de explorar disciplinas criativas para a resolução de problemas. O Design thinking baseias-se em três aspectos: empatia, experimentação e colaboração. O Design Thinking aborda problemas tradicionais de negócio sob múltiplas perspectivas, ajudando a soluciona-los de maneira mais efetiva que conduz a novos caminhos e novas formas de resolver problemas complexos;

Inteligência emocional: capacidade de entender e moldar as emoções humanas para fins produtivos. É reconhecer os próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles. Precisamos entender que não enxergamos o mundo como ele é, mas sim como nós somos. Essa compreensão é fundamental nas nossas relações com as pessoas do nosso convívio, incluindo é claro as pessoas que trabalham com você. Em um mundo dominado pela automação, fará diferença o individuo que saberá compreender o comportamento de seus semelhantes, de estabelecer relacionamentos e de se preocupar com as pessoas;

Inteligência Espiritual: Capacidade de aplicar o pensamento ético aos grandes dilemas dos negócios e desenvolver negócios e trabalho com propósito e signifcado. A maioria das empresas luta para maximizar a riqueza do investidor – meta inadequada sob muitos aspectos. A maximização da riqueza não tem o poder de mobilizar plenamente a energia humana. É preciso entender que uma empresa existe para atender as demandas da sociedade e que o lucro é uma resposta da sociedade quanto ao atendimento dessas demandas;

Inteligência Social: Capacidade de utilizar as novas ferramentas da Web social, a Web 2.0, para criar organizações que sejam transparentes, flexíveis, meritocráticas e colaborativas. A tendência maior do mundo dos negócios hoje é apostar em modelos de negócios e formas de produção social que trancendam as fronteiras organizacionais. É apostar mais no conceito de open Innovation e entender que a maior parte da inteligência coletiva existente no mundo hoje está fora da sua empresa. Está em reconhecer a trasnferência de poder da economia atual que migra o poder das empresas para os consumidores e, portanto, devemos aprender a energizar e ampliar comunidades de clientes para que esses venham contribuir para as empresas inovarem.

Essas e outras habilidades serão cada vez mais criticas para o sucesso organizacional em um mundo em constante mudança. O desenvolvimento dessas habilidades dentro das empresas será capaz de causar grande impacto prático e imediato a qualquer ser-humano que trabalhe dentro ou fora de qualquer organização. É o tipo de desafio capaz de atrair as pessoas em torno de um propósito comum.

É hora de repensar radicalmente a forma como mobilizar pessoas e recursos para fins produtivos e nobres.

Um abraço.

“I Believe in change”

Twitter: @blogdomarcelao

 

Uma resposta to “Desafios da Gestão 2.0: Repacitar Mentes Gestoras”

  1. […] Desafios da Gestão 2.0: Repacitar Mentes Gestoras […]

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