Pessoal,
durante a semana, sempre que posso, ouço os comentários da Mara Luquet no programa “CBN Brasil” da rádio CBN apresentado pelo economista Carlos Alberto Sardenberg, que ocorre entre 13:40 e 14:00. A coluna é sobre o mercado financeiro e as influências dele na vida de todos nós cidadãos.
Na sexta-feira, primeiro de agosto de 2008, o comentário da Mara Luquet foi sobre uma pesquisa realizada por um professor da Warlton School – universidade da Pensilvania – que chegou a conclusão que empresas que possuem funcionários satisfeitos possuem ações com maior valor na bolsa. O professor montou uma carteira com as 100 melhores empresas para se trabalhar na américa, e essa carteira teve um retorno anual de 4% acima da média de mercado no período de 1984 a 2005, sendo que os retornos são mais significativos entre 1998 e 2005.
Outro dado levantado por esse estudo realizado foi que esse nível de satisfação não tem necessariamente relação com aumento de salário. Tem a ver com conjunto de práticas de recompensa como salário variável, participação nos lucros, plano de saúde, ambiente no trabalho, ter oportunidades na carreira com novos desafios, …
Outro aspecto levantado é que o retorno do investimento na satisfação do funcionário não se dá no curto prazo, mas sim no longo prazo, tornando assim os resultados mais sustentados e duradouros. O próprio professor responsável pela pesquisa condena as empresas que tiram o máximo de horas de trabalho dos seus funcionários, pois essa é uma ação que dá resultados no curto prazo, mas que no longo prazo tornam-se catastróficas, ou seja, quantidade não significa qualidade.
Segundo o professor, trabalhador satisfeito é a nova chave para ser competitivo no mercado atual. Entenda-se por trabalhador satisfeito aqueles que são compromissados com a missão da empresa e que serão recompensados por isso de diversas formas.
Gostaria de complementar os dados apresentados pela Mara Luquet com os dados levantados por outra pesquisa realizada pela SERASA e publicada no site da FNQ (Fundação Nacional da Qualidade) que comprova que o desempenho financeiro das empresas usuárias do Modelo de Excelência da Gestão(MEG) é melhor do que a média de seus respectivos setores. O estudo foi elaborado a partir dos demonstrativos financeiros de 137 empresas usuárias do MEG em comparação com os números gerais da indústria, do comércio e do setor de serviços e leva em consideração indicadores financeiros desde 1999. Os dados você pode consultar no link http://www.fnq.org.br/site/ItemID=769/369/DesktopDefault.aspx?PageID=769
O arquivo com o relatório de 2007 está disponível no link : https://www.fnq.org.br/Portals/_FNQ/Documents/Estudo%20FNQ%20Empresas%20Associadas_11_2006_rev1.pdf
Eu, particularmente, já venho escrevendo sobre isso em vários posts aqui no blog sobre a importância do capital intangível nas empresas nessa era do conhecimento. Na era industrial (Revolução industrial), a empresa era constituída de 85% de capital tangível (recursos financeiros, máquinas, patrimônio) e 15% de capital intangível (valor da marca, capacidade de inovação, talento humano). Na atual era do conhecimento (revolução do conhecimento), essa proporção inverteu-se, pois, com a globalização, a oferta de recursos financeiros e maquinários tornou-se mais abundante, já o talento humano verdadeiro é um recurso escasso e o que torna a posse de um recurso uma vantagem competitiva é a sua escassez e não a sua abundância, como escreveu Nicholas Carr a respeito da TI nas empresas (clique aqui para ler o post sobre esse comentário).
Diante disso, já está mais que na hora de algumas empresas deixarem de ficar só no discurso da valorização de seus funcionários e partir para ação, dando o mesmo valor aos seus departamentos de gestão de pessoas que elas dão para os departamentos financeiros.
Um abraço.
P.S : Quem quiser ouvir a coluna da Mara Luquet sobre o assunto na integra, é só clicar no link :
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Questionar é preciso – Liderando equipes talentosas – > Clique aqui para ler;
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