O que precisa mudar

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Pessoal,

                   hoje eu estava conversando com uma amiga sobre valores, ser feliz e a educação de nossos filhos. Comentávamos sobre a próxima geração (Y) que valoriza muito mais a qualidade de vida e que não está disposta a passar pelos mesmos problemas que seus pais estão passando no ambiente atual de trabalho.

                    Comentávamos também sobre a infelicidade das pessoas no trabalho e de casos de pessoas que adquiriram doenças graves, como câncer, e que depois de passarem por essa situação, fizeram uma revisão dos seus valores passando a adotar uma nova atitude em relação ao trabalho ou até mesmo mudando de profissão.

                   Nessa discussão, uma coisa ficou clara o modelo exploratório baseado no crescimento financeiro tem que ser substituido urgentemente por um modelo sustentável calcado no crescimento das pessoas não só como trabalhadores, mas também como cidadãos.

                    Diante disso, quero resgatar as diretrizes que a FNQ (Fundação Nacional da Qualidade) consolidou e defende como sendo as mudanças necessárias para as empresas estarem aptas para atuar no ambiente atual de hiperconectividade (vide o caso do Google Wave) e preocupadas com as questões que envolvem a sustentabilidade sócio-ambiental :

                     – Ambiente externo : DE estabilidade, mudança progressiva e linearidade PARA adaptar-se a um ambiente de turbulência, descontinuidade e mudança exponencial;

                     – Organizações : DE máquina como metáfora, sistema isolado e independente PARA sistema vivo, ecossistema, interdependência e adaptabilidade;

                     – Sociedade e meio ambiente : DE restrições sujeitas a considerações custo/benefício PARA partes integrantes do ecossistema da organização;

                     – Interação : DE competição, regionalidade e relacionamento utilitário PARA competição e cooperação, “globalidade” e relacionamento de qualidade;

                     – Estrutura : DE pirâmide e integração vertical PARA redes e integração horizontal;

                     – Percepção de Valor : DE avaliação objetiva de ativos tangíveis PARA avaliação subjetiva de ativos intangíveis;

                     – Liderança : DE comando e controle, liderança centralizadora e restrita a organização PARA líder como mentor, focalizador e símbolo, com liderança distribuída e abrangendo o ecossistema;

                     – Inovação : DE localizada, tarefa para experts PARA cultural, distribuída e abrangendo o ecossistema;

                     – Conhecimento : DE crescimento linear e acesso restrito PARA crescimento exponencial e acesso universal;

                     – Aprendizado/Educação : DE função da escola e que se aprende uma vez para o resto da vida PARA função da escola e da organização e aprendizado contínuo durante toda a vida;

                     – Tecnologia da informação : DE automação, mais tecnologia e menos pessoas PARA informatização, maior conteúdo intelectual e transformação do trabalho em experiência mais rica e desafiadora;

                      Nas empresas mais novas, como o Google, muitas dessas diretrizes já são realidade. O problema está nas empresas criadas no século passado, principalmente aquelas que ainda apresentam lucro e, por essa razão, não enxergaram a necessidade de mudança. Mas essa mudança será inevitável, a pergunta é se essas empresas vão esperar que todos sejam unânimes da necessidade da mudança, quando será tarde demais, ou se serão inteligentes em buscar essa mudança quando ainda estão apresentando resultados no curto prazo, mas que não são sustentáveis no longo prazo?

Um abraço.

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