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Livro : A grande Mudança – Reconectando o mundo, De Thomas Edison ao Google

Posted by Marcelão em dezembro 21, 2008


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Pessoal,

                 esse livro é de autoria do ex-editor da revista Harvard Business Review, Nicholas Carr, que trata, segundo ele, da grande mudança que está ocorrendo no mundo com o advento da Internet e o que tendências da tecnologia, como Computação em nuvem, trarão de benefícios para a sociedade. Se fosse para resumir esse livro em uma única frases escreveria que ele classifica a Internet como sendo a grande ferramenta de mudança dos tempos atuais assim como a eletricidade foi para a revolução industrial.

                 O livro inicia resgatando o ano de 1851 com a história da roda de Burden que se tratava de uma gigantesca roda de bicicleta e a maior roda d’água industrial dos Estados Unidos e a mais potente do mundo. Depois que ele apresenta essa roda, o autor começa a mostrar como essa roda perdeu a importância e quais foram as causas dessa mudança.

                 Na época da roda de Burden, as indústrias eram responsáveis pela própria geração de energia o que restringiam a sua localização, pois precisavam estar perto da fonte de energia para diminui custos, além do fato de que não havia tecnologia para transporte dessa energia para longas distâncias.

                 No inicio do século XX, essa mesma roda estava destruida e coberta de ervas daninhas, estando abandonada depois de trabalhar 50 anos ininterruptamente, pois nessa época, os donos de fábricas não precisavam mais preocupar-se com a geração de energia já que suas máquinas funcionavam com corrente elétrica gerada por usinas distantes que chegavam as suas fábricas por meio de uma rede cabos.

                 A pergunta é : Por quê isso ocorreu? A resposta é que os processos econômicos atuaram. As empresas em busca de redução de custos para aumentar a sua margem de lucro passam a buscar economia de escala de forma a aumentar a eficiência. No caso da roda de burden, a empresa possui um ciclo de gasto de energia que envolvia picos de alto consumo e vales de baixo consumo. Quando ocorriam as fases de baixo consumo, o custo da estrutura para disponibilizar a energia pela roda de burden era muito alto pois boa parte da estrutura era desperdiçada porque estava ociosa.

                 Se juntarmos esse fato com o sonho de todo administrador que é só trabalhar com custos variáveis, a solução para esse problema é buscar uma entidade que forneça a energia sob demanda, o que, no caso da energia elétrica, foi solucionado por empresas prestadoras de serviço de geração de energia, mas cabe ressaltar que esse tipo de infra-estrutura de serviço de geração de energia só passou a ser possível foram uma série de inovações da ciência e da engenharia, na geração e transmissão da eletricidade, bem como no desenho dos motores elétricos.

                  As consequências dessas ações é que trouxe profundas mudanças no ritmo de vida das pessoas, na produção industrial e facilitou o acesso das famílias aos produtos gerados pela revolução industrial.

                  O objetivo do autor com essa explanação inicial é que estamos novamente meio de outra transformação semelhante a que ocorreu no passado e que permitiu o surgimento da revolução industrial. O que aconteceu à geração de energia elétrica, há um século, agora está acontecendo com o processamento das informações. Resumindo com uma analogia, é como se a CPU (Unidade Central de Processamento) do seu computador fosse a roda de Burden e o futuro seria serviços como o Picasa(armazenamento de fotos), googledocs(aplicativos de escritório), que funcionariam como as empresas de prestação de serviço de geração de energia.

                  Toda essa gama de serviços de processamento de informações seria oferecida através da Internet que passaria a funcionar como o SUPERCOMPUTADOR MUNDIAL ou, como disse o CEO do Google, Eric Schmidt, “o computador do futuro é a Internet”.

                   Para exemplificar essa visão, vamos continuar citando o Google. Quando você executa uma busca utilizando o Google, nenhum chip da sua máquina está trabalhando e isso não faz a menor diferença para você, pois o que você quer é uma resposta para aquilo que você busca e de forma rápida, da mesma forma que não interessa a você qual foi a central elétrica que produziu os quilowatts que fazem funcionar o seu computador.

                   Essa mudança traz consequências para a nossa forma de trabalhar e como a economia passará a funcionar e, principalmente, obriga os departamentos de Ti das grandes empresas a repensarem o seu papel, o que por sua vez trará consequências para as grandes empresas fornecedoras de soluções de TI, uma vez que a fragmentação dos recursos tecnológicos, como armazenamento e processamento, gera desperdícios, pois impõem grandes investimentos em capital e pesados custos fixos às empresas como, por exemplo, o setor bancário, levando a gastos redundantes e níveis elevados de excesso de capacidade, tanto da tecnologia em si quanto da força de trabalho que a faz funcionar, o que convenhamos, é a situação ideal para os fornecedores de peças de tecnologia.

                    O parágrafo anterior abordou o aspecto de infra-estrutura de TI, a parte “hard” da tecnologia, mas podemos aplicar o mesmo tipo de abordagem para o lado “soft” da tecnologia que é o desenvolvimento de aplicativos, uma vez que a maioria dos softwares que as empresas utilizam são essencialmente os mesmos usados pela concorrência e, portanto, não distinguem uma empresa da outra, deixando de ser recursos estratégicos para qualquer empresa.

                    O mesmo acontecendo com os colaboradores que compõem as equipes de Ti dentro das empresas, pois a maioria realiza tarefas rotineiras de manutenção, assim como os seus colegas que estão na concorência.

                     Aliás, voltando ao assunto empresas de TI, o Google é, entre as empresas de TI, a que está melhor posicionada para grande mudança, já que vem construindo verdadeiras usinas de processamento de informações espalhadas pelos Estados Unidos. O Google, ao contrário do que muitos acreditam, é uma empresa não só de software, mas também de hardware.                    

                        Toda a arquitetura de processamento da empresa é desenvolvida por funcionários da própria empresa, sendo que até mesmo a unidade de fornecimento de energia foi inventada por engenheiros do Google, além de possuir o seu próprio sistema de cabos de fibras óticas.

                   O Google não se restringe apenas ao seu serviço de busca. Ele também oferece serviçcos como o Youtube (hospedagem de vídeos, blogger (publicação de blogs), além de oferecer para o mercado empresarial o pacote de serviços Google Apps, que concorre diretamente com um dos negócios mais lucrativos da Microsoft, o office, com a vantagem de custar apenas U$50,00 anuais por funcionário, sendo que você pode adquirir gratuitamente uma versão básica, com anúncios.

                    Mas as mudanças não se restringirão apenas ao mercado de TI e sim também a setores como o de entretenimento. É só lembrar o que escrevi quanto a “vitória” do Blue-ray em cima do HD-DVD em um post anterior a esse.

                 Alguns podem questionar a questão da segurança quanto aos seus dados e a manutenção dos serviços, mas vale lembrar que essa também era uma questão que foi levantada quando da centralização da geração de energia elétrica e, no entanto, essa questão não foi impedititiva para o avanço desse serviço.

                    Diante disso, alguns podem estar incrédulos quanto a visão de Nicholas Carr, mas eu lembro aqueles que afirmavam ser contra a globalização, como se isso fosse possível. Tudo isso é apenas retórica, pois não se trata de uma opção de escolha, trata-se do resultado de forças econômicas que, em sua maioria, estão fora de nosso controle, uma vez que estamos vivendo em uma época de maior competitividade entre as empresas o que garante que formas mais eficientes de produção e consumo substituam formas menos eficientes como um verdadeiro processo de destruição criativa, a melhor maneira das teorias de Schumpeter.

                    E se você ainda tem dúvidas do poder dessa mudança, leia o capítulo quatro cujo título é “Adeus, Bill Gates” que inicia com um memorando enviado por Bill Gates, fundador da Microsoft, que diz “A próxima virada da maré já está em cima da gente.”

                    Em resumo, se o motor elétrico foi a máquina que moldou a sociedade do século XX e que permitiu o surgimento da revolução industrial e nos tornou as pessoas que somos, o motor digital é a máquina que moldará a nova sociedade do século XXI, ou seja, a tecnologia molda a economia e a economia molda a sociedade.

                    Você deve estar perguntando : Por quê você, Marcelo, não adota esse modelo? A resposta é esse blog. Nenhum dos componentes desse blog foi construído por mim. Não desenvolvi nenhuma linha de código desse blog. Todos os componentes foram desenvolvidos e disponibilizados para uso de qualquer blogueiro, sem a necessidade de conhecer programação para utiliza-los, desde as enquetes até as figuras que compõem os textos.
    

                Diante disso, volto a pergunta que fiz em outro post : Você pensa de forma digital?

 

Um abraço.

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20 Respostas to “Livro : A grande Mudança – Reconectando o mundo, De Thomas Edison ao Google”

  1. Elcio said

    Marcelão:
    Na semana passada, o Google voltou a ser uma empresa de tijolos, retirando benefícios como os gourmets nos escritórios (as refeiçoes foram reduzidas a 4 modelos..rsrs,)…. Sem dúvida, é um passo ineqúivoco em direção ao modelo estratificado das multi-nacionais. Será muito interessante o acompanhamento do futuro desta cia…

  2. marcelao said

    Elcio,

    vamos aguardar os próximos passos. Sempre li que para os fundadores, Sergei Brin e Larry Page, o mais importante era manter a cultura que estimulasse os maiores talentos do mundo. Por essa razão, o Google tem um Vice-Presidente responsável pela cultura organizacional.

    Pode ser que isso seja um recuo momentâneo em virtude da crise. Como disse antes, vamos aguardar.

    Um abraço e volte sempre.

    Marcelo de Souza Bastos, PMP

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  19. Bruno Borba said

    Olá Marcelão, tudo bem?
    Sou aluno de Sistemas de Informação na PUC-RIO e estou fazendo uma disciplina chamada Principios de Governancia em TI e o professor requisitou o livro A Grande Mudança como livro texto.
    Gostaria de saber q vc possui o pdf do mesmo.
    Um abraço

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